Trata-se duma tradição religiosa local que se realiza há mais de quatro décadas no Bairro da zona Oeste (West) da cidade de Toronto uma iniciativa da Igreja católica romana de S. Francisco de Assis, localizada na Grace Street, ao sul da College St.
No princípio foi apenas restrita à comunidade italiana que era a maioria dos habitantes desta área mas com a chegada de dezenas de milhares de novos imigrantes, na década dos anos 60, que ali se fixaram e na sua grande maioria vindos de Portugal, foi a expressão desta religiosidade cristã.
Anos depois com o êxodo dos ítalos-canadianos para o norte, ou para os subúrbios de Toronto, mais precisamente para Maple e Woodbridge, esta procissão tomou foros de lusitanidade religiosa onde quase metade dos fiéis que se juntam nesta data são, efetivamente portugueses.
Assim já nos habituamos nesta época da celebração da Paixão de Jesus Cristo que, segundo a Bíblia Sagrada, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Filho de Deus, foi há mais de dois mil anos preso, coroado com uma coroa de espinhos na cabeça e condenado a morrer crucificado. E na sua caminhada para o Calvário, na Via Dolorosa, Jesus sofreu as agruras da tortura e carregou a sua própria Cruz onde seria, no final desta agonia, crucificado.
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Muitas eram as figuras que a Bíblia nos fala daqueles tempos como a Virgem Maria e Mãe de Jesus, Santa Madalena, a Santa Veronica com a imagem do rosto de Cristo estampado num tecido, Caifás o líder religioso dos Judeus, Pôncio Pilatos o governador romano na Palestina que não teve coragem de libertar Jesus por receio de ofender os supremos sacerdotes e o povo, os dois ladrões, um deles Barrabás que foi libertado por nesta época do ano como era tradicionalmente feito nesses tempos e naquela região, os soldados romanos, o povo com as palmas que acolheram Jesus no Domingo de Ramos e finalmente a Paixão com a crucificação e com o a Imagem, já sem vida, de Jesus.
Todas estas cenas foram retratadas ao vivo, nesta Sexta-feira Santa, como é já tradição aqui em Toronto, nesta zona da cidade, onde a comunidade ítalo-portuguesa convive há meio século e sem vem unindo em muitos casos pelo matrimónio dos seus filhos.
Milhares de pessoas juntaram-se no trajecto por diversos blocos circundantes da Igreja de S. Francisco, para assistir, e participar também, nesta procissão que, neste ano foi bafejada por um dia solarengo e de temperatura amena já de Estação Primaveril.
A procissão teve a participação de diversas ordens religiosas como a Legião de Maria, de Santo António de Pádua (o Nosso Santo António de Lisboa) e outras ordens religiosas e confrarias na sua maioria da comunidade italiana aqui radicada. Acompanhava esta procissão três Bandas Filarmónicas, uma delas a Banda de Nossa Senhora de Fátima, da Igreja portuguesa de Santa Inês (ou St. Agnes em inglês) que garbosamente abria este certame de fé cristã animando com as suas partituras próprias para esta época de Paixão, esta procissão que percorreu várias ruas daquele Bairro de Toronto.
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Na cauda incorporou-se umas largas centenas de fiéis com as suas rezas fervorosas cumprindo, quiçá, promessas por graças recebidas ao longo do ano. Incorporados também nesta manifestação de fé, muitos dos nossos políticos dos quais (dos muitos) destacamos Laura Albanese, Mike Cole, o ex-mayor de Toronto e presentemente senador, Art Eggleton, e outros mais cujos nomes olvidamos (eram tantos que não houve tempo para anotarmos….).
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